Que ilusão,
Meu Deus,
que tremenda ilusão !...
Devia ter 5 ou 6 anos de idade.
Morávamos
numa grande casa, dominando a cidade,
eu,
meus pais,
meus irmãos,
meus tios,
minha avó;
O grande quarto da frente,
o quarto-mistério,
o quarto-remoto,
dos irmãos mais velhos...
O menor,
o quarto-rosa,
o quarto-pudor,
o quarto de cheiro bom
o quarto-refúgio
das horas de aflição,
o quarto em que sempre eu acordava de manhã,
o também quarto-mistério
de minha irmã...
O quarto-segredo
dos meus pais,
o quarto-medo
de ser pequeno demais...
Lá embaixo,
o quarto-bom,
o quarto-remédio,
pintado de um tom de rosa,
de cortinas sem tédio,
o quarto sempre aberto,
o quarto-piedade,
o quarto-dó,
o sublime quarto de minha avó...
E depois,
não me lembro de mais nada.
Devo ter ficado
sentado no quarto da frente,
em mistérios de 5 ou 6 anos de idade,
vendo a luz poeirenta que vai,
volta,
levanta,
e senta,
Pensando quem sabe no que,
quem sabe morto,
dormindo profundamente
no ansioso quarto da frente.
Bruno, é pra criticar...eu gostei muito, de verdade e conforme vai se desenrolando e perdendo o sentido literal vai ficando melhor.
ResponderExcluirParabéns, um abc,
Vanessa